Submetido por Tyler Durden
Zero Hedge
Postado por Marco Aurélio
"(O dólar) pode ser a nossa moeda, mas o problema é de vocês."
Foi essa a decalaração provocante do secretário do Tesouro americano, John Connally, quando os EUA abandonaram o padrão ouro em 1971. Decidido de forma unilateral pelo governo Nixon, o fechamento da janela do ouro permitiu que os EUA reescrevessem as regras financeiras mundiais de maneira ainda mais favorável a sua economia.
Da mesma forma, dada a importância do consumidor americano para a economia mundial (e, não, nem a China, nem a Classe C brasileira vão preencher essa lacuna tão cedo), podemos dizer que o desemprego é deles, mas o problema é do resto do mundo.
Zero Hedge comenta a situação:
Existe algo chamado propaganda financeira – na qual canais americanos como CNBC e MSNBC são especialistas. E existem também os fatos.
Para quem procura uma explicação sucinta, baseada em fatos, do que vem acontecendo com a economia americana nos dois últimos anos, sugerimos esta entrevista com David Stockman, ex-diretor do Office of Management and Budget (Departamento de Administração e Orçamento, ou OMB, na sigla em inglês, um departamento do governo americano que fiscaliza as atividades das agências federais nos EUA).
Sua presença de dez minutos em um programa de estratégia financeira do CNBC deixou seus anfitriões, via de regra subservientes aos bancos e corporações, com absolutamente nada a retrucar. Entre as observações de Stockman: o setor público americano, pela primeira vez na história, está encolhendo:
(...) A razão é que os governos estão quebrados ... vamos ter que cortar o rol de funcionários públicos.
Stockman diz mais:
Se considerarmos a parte central da administração pública, mais a economia centrada na classe média (65 milhões de empregos) – ou seja, os componentes que formam a economia geradora de renda nos EUA, chegamos aos seguintes números. Quantos postos de trabalho no núcleo da economia foram criados em novembro de 2010? Zero. Quantos empregos, em base líquida, foram gerados desde dezembro de 2009? Zero. Quantos empregos foram criados desde o fim da recessão em junho de 2009? Aí temos um número negativo: menos um milhão.
Quanto à possibilidade de a economia crescer sem uma melhora na situação do emprego:
Não consigo imaginar que isso seja possível, porque o crescimento do emprego gera o crescimento da renda, que é a base para os gastos e a poupança, em última análise. E, por ora, não temos crescimento de renda por parte da classe média."
E o mais surpreendente:
O pouco "crescimento" que houve veio quase que exclusivamente do setor de emprego parcial (67%). Mas por que, exatamente, isso é um grande problema? Bem, há 35 milhões de empregos neste setor, com um salário médio de USD 20.000 por ano. Isso não é o tipo de emprego que gere renda de verdade. Não dá para sustentar uma família com isso. Não dá para acumular poupança. Esses postos de trabalho não vão criar renda que promova o crescimento, gerando mais renda, por meio dos gastos familiares.
O prognóstico mais negativo de Stockman é algo que Zero Hedge vem afirmando há dois anos: os mercados, como mecanismos de descoberta de preço, estão completamente quebrados.
Não consigo explicar o mercado de hoje ... Não sei como se dá a precificação das coisas, não acho que o mercado esteja descontando nada. São mercados puramente de “daytraders”, movidos pelo Fed, pelas manchetes de jornal. Um dia eles fica maníacos, no dia seguinte, depressivos. Não dá para tirar conclusões
Para assistir à entrevista de Stockman na CNBC, via Karl Denninger, clique aqui ou na imagem abaixo.
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