segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mish: China Combate Superaquecimento da Economia, Impõe Controle de Preços ao Wal-Mart

Postado por Marco Aurélio

A desaceleração econômica na China terá graves efeitos por todo o mundo – especialmente em países exportadores de commodities e semi-manufaturados, como o Brasil, Austrália e Canadá. As economias desses três países têm sido poupadas dos efeitos mais sérios da crise iniciada em 2007, inclusive em seus setores imobiliários. Isso tem ocorrido, em boa parte, graças às políticas expansivas da China, que tenta amenizar as consequências econômicas e sociais causadas pela quebra de seu maior cliente, os EUA.

Como disse Jim Chanos, investidor que acredita que o atual nível de expansão chinesa é insustentável, os produtores de minério de ferro em geral, e a gigante brasileira Vale em particular, seriam vítimas. A enorme quantidade de investimentos de capital na China criou a demanda por grandes volumes de aço e outros metais. Isso, por sua vez, tornou a China o maior mercado do mundo para minério de ferro.

Mish (Michael Shedlock), do Global Economic Trend Analysis, observa, nesta segunda-feira, 6/12, que o "Governo Chinês Muda e Adota Política Monetária 'Prudente'".
Em resposta aos altos níveis de inflação (que, mesmo assim, permanecem subestimados), o governo chinês anunciou que vai adotar uma política monetária "prudente".
Da Reuters:
A China vai mudar para uma política monetária prudente, abandonando a atual posição moderadamente frouxa. Foi isso que os principais líderes do Partido Comunista decidiram na sexta-feira, 3/12/10. Essa mudança poderá abrir o caminho para mais aumentos de juros e controles de crédito.

Ao mesmo tempo, o Politburo chinês optou por manter a política fiscal pró-ativa da China, uma indicação de que o governo quer continuar a aumentar os gastos com novos investimentos, ao mesmo tempo em que toma medidas restritivas para controlar a inflação.

"Isso significa que todos os tipos de instrumentos da política monetária para controlar a liquidez e para controlar a inflação agora poderão ser usados", disse Ken Peng, um economista do Citigroup, em Pequim.

"No passado, estávamos claramente focados em medidas administrativas. De agora em diante, poderemos usar mais ajustes de preços via taxas de juros", disse, acrescentando que espera cinco aumentos nas taxas até o final do próximo ano.
Governo Controla Preços da Wal-Mart na China
Será que cinco subidas nas taxas até o final de 2011 serão suficientes? Como ninguém sabe a resposta, a coisa sensata a fazer seria começar a escalada agora, a fim de conter a expansão desenfreada do crédito.
A cidade chinesa de Kunming, no sudoeste do país, onde tanto a Wal-Mart Stores Inc. quanto o Carrefour SA possuem lojas, impuseram um teto temporário nos preços de artigos da cesta básica, a fim de combater a inflação.

O governo de Kunming pediu a cinco varejistas - três não-chineses, um chinês e um baseado em Hong Kong - para comunicar quaisquer reajustes de preços e dar razões para as alterações dois dias antes de executá-las, o escritório local da Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma disse em seu site ontem.

Além das cinco empresas, outros produtores de alimentos, óleo de cozinha e bebidas estão obrigados a solicitar a aprovação do governo dez dias úteis antes de alterar preços, disse o comunicado.

O governo municipal também estabaleceu preços máximos temporários sobre artigos da cesta básica em várias partes da cidade, uma imposição que começou ontem e vai se estender até o final de fevereiro, disse o comunicado. Os preços de grãos, óleo de cozinha, carne, ovos, leite e macarrão devem ficar nos níveis aos quais se encontravam antes de 17 de novembro, disse o comunicado.

A cidade também limitou os preços de varejo de hortifrutigranjeiros, dependendo do tipo, a 40% a 100% acima dos preços de atacado.
Controles de Preço Nunca Funcionam

Nunca na história a prática de controlar preços levou a algo bom, a menos que você considere a falta de produtos nas prateleiras uma coisa boa. Podemos agora esperar que produtos comecem a faltar e que os preços comecem a ser estabelecidos no mercado negro, se o setor de serviços e os supermercados não conseguirem repassar os aumentos.

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