quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Dia em que o Dólar Morreu

Tradução do áudio



Postado por Marco Aurélio


A seguinte história é uma relato fictício de eventos que podem acontecer no futuro próximo.
19 de dezembro de 2012
De 8:00 às 20:00

8:00 – New York Stock Exchange, a Bolsa de Nova York
Venta e faz frio em Wall Street. Enquanto os mercados aguardam o anúncio pelo Fed do quarto pacote de flexibilização monetária (QE4), os índices futuros apontam para uma alta significativa na Bolsa. O Dow Jones acaba de romper seu recorde de 2008 de 14,164. O ouro também alcançou um pico histórico de USD 2,900. A prata passou dos USD 100 a onça. O índice do dólar se sustenta a 53. Com o desemprego oficial a 16,3%, um medo corre por Wall Street. Se o novo pacote não funcionar, o mundo pode implodir numa deflação que pode durar o restante da década.

8:19 – Pequim
Representantes do governo chinês afirmam que não podem mais permitir que Washington desvalorize ativos chineses denominados em dólar. Já tendo comunicado suas preocupações de forma reservada ao governo americano, a China aceita o fato de que os EUA nunca vão parar de pagar suas dívidas com uma moeda inflacionada. A China solta um comunicado oficial de Pequim. Texto: “Já vimos expressando nossas preocupações há algum tempo. Com o anúncio do QE4 hoje, não resta escolha à China senão parar de comprar títulos do governo americano. Faz quatro anos que vimos permitindo que Washington resolva seus desequilíbrios, mas, com a inflação global e com consumidores americanos rapidamente encolhendo como proporção do PIB mundial, sentimos que uma recuperação econômica do Ocidente é pouco provável, até que seus programas sociais sejam reformados.”

8:45 – New York Stock Exchange
Ao ouvir o anúncio chinês, o índice futuro Dow Jones sofre uma forte reviravolta e começa a cair. O ouro dá um salto e passa dos USD 3.000 por onça, uma subida de USD 150 nos últimos 26 minutos. A CNBC aguarda um comunicado da Casa Branca.

8:50 – Washington, DC
O presidente faz uma coletiva de imprensa para acalmar o mercado. Diz aos americanos que conversou com vários líderes do G20. Garantiram que continuarão com suas compras de títulos da dívida americana. Acreditam que uma economia americana forte é a única coisa capaz de trazer de volta a prosperidade global. Também diz ter conversado com o presidente do Fed, Ben Bernanke, que lhe assegurou que um dólar forte será o resultado de QE4. O presidente também lembra o povo americano que seus recentes programas de recuperação New Deal, que ele passou por decreto presidencial, vão aumentar a probabilidade de uma recuperação duradoura. Também lembra que Pequim vem lentamente reduzindo a quantidade de títulos desde 2009 – logo, o impacto será mínimo.

9:51 – Nova York
O índice futuro Dow Jones cai 850 pontos nos primeiro 20 minutos do pregão. Os mercados são suspensos por uma hora.

10:00 – Nas ruas dos Estados Unidos
A notícia sobre o mercado de ações e a China já se espalhou. Um pânico começa a se instalar e os americanos, despreparados, correm para os supermercados. Ao tentar comprar comida e água, os americanos que não sabiam o que estava acontecendo são alertados pela mídia e começam a comprar, movidos pelo pânico. Em 50 minutos, o páis inteiro corre para as lojas e prateleiras vazias se tornam uma realidade nos EUA.

10:52 – Nova York
Os mercados reabrem e o Dow Jones retoma seu colapso. Investidores no mundo inteiro se juntam à onda e vendem ações e títulos. Começam a comprar commodities. Diferentemente do pânico de 2008, desta vez as commodities são vistas como o único porto seguro numa crise do dólar.

11:30 – Nova York
O Dow cai 1.700 pontes desde que o pregão foi retomado, mas o pregão é novamente suspenso por pelo menos duas horas. O Federal Reserve injeta USD 200 bilhões nos mercados e anuncia que o QE4 vai ser adiado por prazo indeterminado. O Congresso americano é convocado de volta a Washington para uma sessão de emergência. Alguns congressistas dizem que consideram a declaração da China um ataque financeiro.

12:00 – Nas ruas dos Estados Unidos
Várias cidades começam a presenciar distúrbios sociais, depois que os supermercados são obrigados a fechar. O tráfego aumenta e a violência nas ruas estoura. O presidente coloca a Guarda Nacional em alerta, para que sejam mobilizadas nas ruas americanas, caso as coisas não sejam controladas rapidamente. Várias agências de notícias apresentam relatos de pessoas feridas em supermercados e pedem que o governo faça algo, antes que a situação piore.

12:15 – Toronto, Canadá
George Soros diz à CNBC que um despejo maciço de títulos do governo pode vir a qualquer momento, e que não há nada que o governo possa fazer para impedi-lo. Diz que é lamentável que um declínio controlado do dólar não foi coordenado de forma melhor ao longo dos anos. Culpa os políticos do Tea Party, que exigem responsabilidade fiscal e um governo que obedeça à Constituição americana.

15:00 – O ouro fecha com alta diária de USD 1.153, cotado a USD 4.053 a onça. A prata encerra o dia a USD 153 a onça. O presidente anuncia que, devido a distúrbios sociais em alguns pontos do país, os mercados de ações vão permanecer fechados durante o resto do dia. Com a exceção das ações de mineradoras e outras ações ligadas à inflação, a maioria das ações americanas caiu significativamente, devido a uma fuga para ativos mais seguros e commodities. O Fed anuncia que vai começar a comprar títulos do governo e ações para estabilizar o mercado, mas isso só alimenta o medo dos investidores de um colapso total do mercado de títulos e do dólar.

18:00 – Ásia
Os mercados asiáticos começam uma venda maciça. Boatos sobre o colapso do dólar tomam conta do mercado. CNBC-Ásia começa a investigar um possível default do Comex e um colapso por completo da economia americana. O ouro dá um salto na Ásia – USD 1,750 na primeira hora completa de operações. O ouro agora é negociado a USD 5.803.

19:00 – Vendedores de ouro e prata físicos no mundo inteiro suspendem as vendas, devido à falta de estoques. Um default do Comex é agora esperado. Vários representantes de bancos centrais agora propõem que o mercado de câmbio seja congelado, e que seja feita uma desvalorização simultânea do dólar americano, a fim de acalmar os investidores.

19:30 – Estados Unidos
O sol se põe sobre a América. Nas últimas doze hora, o mundo mudou. Os americanos permanecem colados à TV, num curso intensivo sobre o processo de aviltamento da moeda. Fumaça produzida por fogos lançaram uma nuvem escura sobre o país.

19:45 – Federal Reserve
O Fed anuncia que vai injetar USD 1.5 trilhões, a fim de impedir uma continuação na queda dos preços das ações.

19:55 – OPEP
O último prego no caixão. Os países da OPEP suspendem a venda de petróleo em dólares americanos por prazo indeterminado. Só aceitarão euros, renminbi ou ouro.

19:59 – o anúncio pelo Fed de que vai injetar USD 1.5 trilhão nos mercados causa uma reviravolta. As ações sobem violentamente, mesmo com o colapso da economia real.

20:00 – Gerard Adams, presidente da Associação Nacional da Inflação, envia um alerta por email. Alerta os associados que “é com grande pesar que a hora de avisar e preparar o povo americano para a hiperinflação terminou.”

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